A volta

Estou há quase dois anos sem criar textos, fiquei muito tempo sem conseguir expressar em palavras meus sentimentos ambivalentes. Faz um tanto de tempo que mergulhei para dentro de mim e fechei-me para o mundo numa tentativa incontrolável de controlar tudo. Perdi o controle diversas vezes nessa ânsia incessante por respostas. Eu fiquei oca de palavras e chorei muito por não saber mais como usa-las. Agora estou voltando aos poucos, saindo do casulo e buscando formas de poder escrever na tentativa de salvar vidas, minha vida. É absurdamente louco imaginar o quanto a gente passa uma boa parte da vida acreditando que somos livres quando na verdade estamos sempre presos a algo seja no passado, presente ou futuro. Tem sempre alguma coisa ou alguém que nos mantém presos a um emaranhado de situações a qual nós mesmos nos permitimos estar.
Tenho a sensação de estar reaprendendo a andar de novo, a me conhecer melhor, de dentro para fora. E a cada descoberta vejo o tanto de coisas que tenho a melhorar em mim ainda, porém eu abraço até minha escuridão e respeito muito as minhas cicatrizes pois são essas partes de mim que fazem, eu, mesmo imperfeita. Foram longos e intermináveis invernos até aqui e para quem me conhece sabe o quanto não gosto de frio. No meio de tantos dias cinzas me redescobri, me cuidei, me amei, coloquei-me no colo e prometi que jamais me abandonaria de novo. Uma moça linda me batizou como filha e foi me ensinando amar-me de dentro para fora, amar-me sem moderação, com toda a força que eu sempre amei aos outros. E no banhar de suas águas cristalinas eu me permiti afundar. Anseio que não me vejam resignar novamente, seria impetuoso. Tive que morrer para nascer de novo.


Comentários

  1. Como sempre fui admirador dos seus textos, estava ansioso pela a sua volta. Espero que agora não pare mais, como você mesma falou... ajude a salvar vidas!

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