Tua sutileza

Palpitações, foi assim que senti o coração quase que sair de dentro do meu corpo ao te ver naquele café. Sentada numa cadeira macia, lendo um livro de romance com aquela camisa azul anil e aquele jeans desbotado. Eu não conseguia desviar meu olhar de você e do seu cabelo bagunçado pelo vento. Foi então que você me notou parada ali em frente ao seu café favorito admirando o que havia de mais lindo naquele lugar. Entrei no café com as pernas tremulas depois que você me notou e procurei uma mesa próxima a sua para sentar e degustar um capuccino duplo. Tirei da bolsa um livro que tinha como titulo: presa a mim um romance repleto de diversidade. Depois de alguns minutos de leitura você pediu licença e me perguntou sobre o livro que eu lia, novamente senti palpitações uma sensação estranhamente incrível, era notável o desembaraço. Te expliquei sobre o livro e como sua ficção me envolvia pretensiosamente, você sorriu e eu me perdi naqueles minutos de risadas. Eu quis saber do teu romance também e você não cogitou em me explicar minuciosamente tentando não dar tantos spoilers e me convencendo de que eu precisava ler já que era notável meu gosto por romances.
Você era gentil, educada e tinha um gosto admirável pela simplicidade, pouco sabia sobre você, mas o que pude perceber era grandioso. Perguntei se te atrapalharia sentar junto a você naquele fim de tarde agradável e você não pensou duas vezes em me abrir outro sorriso já afastando a cadeira ao lado da sua. A ocasião pedia um outro café, expresso dessa vez. Falamos sobre a lua, as estrelas, os livros, os cafés, os gostos inusitados, os lugares favoritos, as pessoas da cidade grande, a importância de carregar sempre um guarda-chuvas na bolsa e sobre o amor e seus começos e fins. Duas horas e meia te vivendo, partes soltas de uma garota extraordinária. Você me convenceu de que devíamos trocar nossos livros quando terminássemos a grande viagem da leitura, foi imprevisível a tua sugestão então anotei meu número de telefone em um guardanapo e guardei na pagina atual do teu livro. Era hora de me despedir do seu sorriso desenhado a mão e do seu cabelo bagunçado meio preso, meio solto. Você me agradeceu pelas palavras trocadas e pela felicidade daquele fim de tarde cheio de sentidos. Te abracei e seguimos por sentidos opostos, novamente, palpitações.  






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