Mil pensamentos

Essa é uma daquelas semanas que a minha cabeça ferve e insiste em trazer infinitos questionamentos, inúmeras lembranças e me faz sentir uma bagunça interna gigantesca.

Estou tentando me lembrar qual foi a ultima vez que eu senti tranquilidade e segurança porque a maioria dos dias nao tenho sentido.

Tenho pensado em dar um tempo da cidade grande de novo, mas ao mesmo tempo que quero aterramento, casa, aconchego, sinto que aqui está sendo dificil fincar novas raizes.

E mais uma vez meu corpo grita por mudanças. Estou começando a achar que sou muito livre para tantos aprisionamentos, escutei isso de uma entidade dias desses quando ele falou sobre minha espiritualidade ser muito livre para querer estar dentro de um terreiro ou uma igreja.  Nunca fez tanto sentido.

Estou tentando ter calma para tomar as melhores decisões possíveis. Fazem 10 meses que voltei para São Paulo novamente. Antecipei minha volta para cá e sinto que era o momento certo e a coisa certa a se fazer. Mas me sinto agora mais perdida do que nunca. Essa cidade é uma bagunça e as pessoas aqui são mais bagunçadas do que a própria cidade. Os vinculos são mínimos e se dissipam na falta de afetos porque ta todo mundo mais preocupado com o trabalho do que com qualquer outra coisa. Há tanta superficialidade e eu já me perdi no meio de tudo isso também. O que sobra sao as incriveis experiências culturais e gastronômicos que lugar nenhum tem igual aqui, mas, no fim a conta nunca fecha.

Como disse, muita coisa pra sentir, pra pensar e pouco tempo para elaborar. 

Acho que tenho sentido muita falta de calma e aconhego e não estou sabendo como encontrar isso aqui.

Recentemente entrei para meu primeiro grupo terapêutico de mulheres como eu, lésbicas. Torço para que seja um lugar onde possa trazer vinculos sólidos porque navegar sozinha tem sido muito trabalhoso.