Quando a gente vira lar para quem ainda mora nos próprios escombros
Outro dia estive refletindo sobre a maneira como fazemos casa nas ruínas do outro.
Como tu quer se alojar e buscar abrigo em um território totalmente destruído?
Pensando nisso me dei conta de quantas vezes eu reconstrui minha casa e fiz dela abrigo para que outra mulher passasse um tempo e ela destruiu. E não que ela quisesse intencionalmente e propositalmente acabar com todo meu espaço que eu havia reconstruido, mas é que se a pessoa destrói tudo por onde passa certamente ela não sabe viver com tudo organizado em sua volta.
Abrigar alguém que ainda não conseguiu reconstruir sua própria casa para ter um lar seguro dentro de si mesma, é correr o risco de as duas ficarem sem refúgio. Vagando sem direção, sem lugar para se ancorar quando se faz necessário o descanso, a pausa e o desfrute do tédio.
- cuidar do próprio templo é entender que na dança das trocas justas, eu te abrigo e você me abriga. Eu te sirvo um chá quente na minha casa e você também me dá de beber.
É o vai e vem das relações independente do status social.
Nem todo mundo que passa fica. Mas, até mesmo para ser casa de passagem para alguém, é preciso ter reciprocidade.
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