Sobre o que é que se sente quando se apaixona
Hoje me dei conta de que eu ainda não havia escrito sobre a nossa história. Eu ja havia contado e recontado ela infinitas vezes, em mesas de bares, para amigas, para estranhos, no retiro que fiz ano passado em Junqueiro AL. Eu já contei sobre nós e principalmente sobre meus sentimentos relacionados a nós até para tarologas, psicólogas, ex ficantes, ex namoradas, bichinhos de estimação... Mas não contei na escrita.
Descrever aquele dia e todos os outros após ele é olhar por uma perspectiva que eu havia fugido infinitas vezes.
Agora achei importante trazer para o que eu amo (a escrita), as verdades que carrego comigo. Até mesmo porque, a ultima vez que contei sobre isso foi para alguém que nem esta mais vivo. Foi quando percebi que ele que não está mais vivo a cerca de anos conseguia enxergar coisas em mim que eu mesma estava com dificuldades de aceitar.
Tudo começou naquela noite, de sexta ou sábado, não lembro exatamente o dia.
Mas lembro que eu estava bem, e que havia saído para me divertir. Sim eu estava acompanhada assim como ela também estava. E eu reparei naquela garota de longe, lembro que depois disso eu não consegui reparar em mais nada. Menos ainda em mim e nos meus comportamentos.
Eu não me importo com o fato dela não ter me notado ali, porque depois daquelas horas naquele bar sáfico na grande capital o que ficou foi o quanto nos reparamos. Eu sei que depois que ela me percebeu ela travou uma luta contra si mesma e o que havia sido despertado em nela.
_ Cabelos pretos, sorriso lindo em forma de coração e olhos castanhos levemente repuxados que diminuim conforme ela sorria. Sem contar nas mãos mais bonitas que já vi. Sim, eu estava apaixonada por uma mulher que eu nem se quer havia trocado uma palavra e isso contrariava toda a lógica, porque eu sempre fui mais lógica. Mas acho que naquela noite eu perdi toda a noção de mundo real.
Eu lembro da sensação do meu corpo ao tocar sua mão pela primeira vez, parecia uma adolescente fazendo arte. Lembro de quando ela indignada com minha audácia me beijou pela primeira vez, em pé naquela cozinha. Meu corpo naquele momento parecia não estar mais na terra. E mesmo com todos os julgamentos que nós fizemos naquela época e anos a fio após tudo aquilo, eu sabia que jamais tinha vivido e sentido nada parecido com aquilo antes. E eu de fato não vivi.
Eu senti as sensações mais incríveis da minha vida, meu corpo era vivo e eu sentia cada célula, cada terminação nervosa. Meu corpo fervia! Descrever tudo isso ainda me parece insuficiente. Eu costumo ser boa com as palavras mas quando se trata dela e dessa historia essas palavras me faltam o tempo todo.
Eu procuro olhar para tudo isso como algo bonito, não como um erro. Não existe erro em se sentir viva e vibrante. Se um dia me perguntarem se eu ja estive perdidamente apaixonada é essa historia que eu sempre vou contar com entusiasmo e verdade. Ela é parte de quem eu sou e de tudo o que me foi apresentado como uma forma de mostrar que perder o controle é tambem um jeito de ser livre.
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